Seu bebê chorou, perdeu o fôlego e parece que vai morrer? Calma, isso é normal!

Texto originalmente publicado por Carlos Felipe dos Santos em 07/abr/23.
Disponível em https://medium.com/p/eaa10d349223
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Alguns bebês com idade entre 6 e 18 meses costumam, quando contrariados, apresentar um comportamento digno de "Oscar" que nos dá um enorme susto: choram e, de repente, param, perdem o fôlego e, por um instante, acreditamos que ele está morrendo devido à falta de ar.

Exemplo de crise de perda de fôlego. YouTube/themeaningofkai 

Este evento, chamado por alguns de "birra ou 'manha', nada mais é do que uma crise de perda de fôlego. É  absolutamente normal e inofensivo, acometendo cerca de 5% das crianças saudáveis que, em sua maioria, são do sexo masculino. Acontece quando passam por alguma frustração, episódios de dor ou mesmo medo frente à uma situação, sendo caracterizada por gritos e choro e perda da respiração acompanhada de cianose (rosto na cor roxa) ou palidez, podendo ocorrer – ou não - a perda da consciência, que é rapidamente recuperada sem que qualquer intervenção tenha de ser realizada e sem danos à saúde. Em alguns casos, uma rápida convulsão pode acontecer. 

 

Os mecanismos envolvidos nestas crises ainda não são bem esclarecidos, mas sabe-se que, quando no final da expiração, são incapazes de relaxarem, ocorrendo a incapacidade de recobrar o fôlego - apneia - e daí, a cianose. Na forma pálida, o corpo anda não aprendeu a regular todo o sistema nervoso autônomo, havendo assim, uma estimulação que faz com que o coração diminua sua frequência repentinamente. 

 

No que diz respeito aos procedimentos de primeiros socorros, não há nada que deva ser feito: apenas manter a calma e evitar comportamentos que possam causar medo, ansiedade ou raiva. Após a recuperação, continuar com a rotina normalmente. 

 

Para os casos em que ocorrer crise convulsiva, é importante não tentar conter os movimentos e colocar o bebê de lado, facilitando o escoamento de secreções. 

 

Caso tenha sido a primeira crise e, em especial, na forma pálida, recomenda-se procurar o pediatra de confiança para avaliação, descartando qualquer outra origem. 

 

 

Referências: 

 

- Crises de perda de fôlego. MSD Manuals. Disponível em https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/pediatria/preocupa%C3%A7%C3%B5es-e-problemas-de-comportamento-na-inf%C3%A2ncia/crises-de-perda-de-f%C3%B4lego. Acesso em 07 abr 2023. 

 

MORO, E. T.; GOULART, A. P.. "Loss of breath" as a cause of postoperative hypoxia and bradycardia in children submitted to tonsillectomy. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 65, n. Rev. Bras. Anestesiol., 2015 65(5), p. 411–413, set. 2015.  

 

Schwind MR, Antoniuk SA. Distúrbios paroxísticos não epilépticos na infância e adolescência. Resid Pediatr. 2018;8(0 Supl.1):93-102 DOI: 10.25060/residpediatr-2018.v8s1-15 



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