Belas e perigosas: presentes em quase todos os lugares, as plantas podem trazer muitos problemas!

Texto originalmente publicado por Carlos Felipe dos Santos em 28/jan/24.
Disponível em https://medium.com/p/db29fbc35474
Tempo de leitura: 3 min.

Seja nos lares ou nas fachadas de clínicas e outros tipos de edificações, as plantas estão sempre presentes como artigos de decoração. Em outros casos, são usadas até como “remédios naturais”, e não é à toa: o Brasil possui a maior biodiversidade do mundo!

A maioria das plantas usadas em lares e fachadas são tóxicas. Imagem: holydude.

O problema é que grande parte das plantas que conhecemos e manipulamos são tóxicas para nós e, principalmente, para os pets. Muitas delas causam, além de problemas na pele, danos aos sistemas circulatório, gastrointestinal e nervoso central. 

Dados reunidos pelo SINITOX — Sistema Nacional de Informação Tóxico Farmacológica mostram que, entre os anos de 2016 e 2017, foram identificados 2.028 casos de intoxicação por plantas, sendo o público infantil o mais afetado, com 1.065 casos.

Em Goiás, dados reunidos pela Secretaria de Estado da Saúde mostram que, em 2021, 120 casos foram notificados, sendo as crianças menores de 4 anos as principais vítimas. Plantas como a begônia e a espada de São Jorge são as que mais causam acidentes.

Espada de São Jorge é a planta que mais causa acidente. Imagem: Fellipe Serique.

A intoxicação pode ocorrer por contato com a pele, olhos ou ingestão. Logo, os sinais podem variar. Nos casos de contato com a pele é comum ocorrer a coceira e vermelhidão. Já casos de contato com os olhos, há irritação, ardência e lacrimação.

Agora, nos casos de ingestão, geralmente ocorrem efeitos multisistêmicos, podendo a vítima apresentar náusea, vômitos, diarreia, sialorreia (salivação em excesso), entre outros. Em casos mais graves, a vítima pode desmaiar ou mesmo convulsionar. Em cerca de 30 minutos, pode ocorrer colapso circulatório.

É muito importante que a planta envolvida na intoxicação seja levada ao médico, pois, em alguns casos, pode ser necessário o uso de antídotos.

Prevenção

Manter plantas venenosas fora do alcance das crianças é fundamental. Por isso, para além de procurar colocá-las em suportes instalados na parede ou em locais altos, é necessário orientar os pequenos quanto ao risco de tocá-las, cheirá-las ou mesmo ingeri-las (sim, a criança pode, por curiosidade, ingerir as plantas). E nada de preparar chás sem a devida orientação médica, certo?

Pendurar as plantas na parede, longe do alcance dos animais e crianças, pode ser uma solução para não se desfazer delas. Imagem: ImageGap.

Se você não sabe se tem em casa um exemplar perigoso, a Fiocruz — Fundação Oswaldo Cruz disponibiliza um link com fotos de algumas delas. Você pode consultar aqui. Neste link também há uma lista com diversos tipos.

Medidas de primeiros socorros

Em geral, as medidas de primeiros socorros costumam ser as mesmas. Confira abaixo o que fazer:

1) Em caso de ingestão, retirar o resto do material presente na cavidade oral;

2) Enxaguar a boca com água corrente;

3) Não provocar vômitos;

4) Não ingerir água, leite ou outras substâncias;

5) Encaminhar a vítima o mais breve possível para avaliação médica e descontaminação;

Em contato com pele ou olhos, lavar com água corrente. É importante monitorar e oferecer outras medidas de primeiros socorros caso necessário, como nos casos de convulsão ou parada cardíaca.

Você também pode receber orientações por telefone, gratuitamente, através do CEATOX — Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas no telefone 0800 014 8110, o qual está disponível 24 horas por dia, 7 dias da semana.