Convulsão x epilepsia: saiba a diferença, as causas e o que fazer
Texto originalmente publicado por Carlos Felipe dos Santos em 17/jan/23.
Disponível em https://medium.com/p/11bd914284e6
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Muitos pensam que, quando alguém tem uma crise convulsiva, ela sofre de epilepsia. Mas não, isso não é verdade. Há uma grande diferença entre os dois.
Imagem: Gerd Altmann por Pixabay.
Impulsos elétricos
Os nossos movimentos, como andar, segurar um copo etc, só são possíveis por conta de impulsos elétricos que são gerados no cérebro e transmitido aos membros por meio dos nervos. Ações como pensar, lembrar, respirar, entre outras, também dependem destes impulsos.
Quando a geração de corrente elétrica no cérebro fica desorganizada, ele sofre um curto circuito e, com isso, há diversas manifestações clínicas, que resultam no que chamamos de convulsão. Logo, podemos definir convulsão como atividade elétrica cerebral anômala.
Causas da convulsão
Diversos são os motivos que podem causar uma convulsão, e qualquer pessoa pode ter uma crise, em qualquer idade:
Intoxicação por álcool ou drogas;
Infecções;
Traumas (acidentes automobilísticos ou pancadas na cabeça);
Tumor;
Febre alta;
Hipoglicemia;
entre outros.
Tipos de convulsão e características
Existem vários tipos de convulsão. Logo, elas podem se apresentar de diversas maneiras, que vão desde uma crise de ausência, passando por tremores na boca ou nas mãos, até um desmaio seguido de movimentos musculares involuntários, onde a vítima pode salivar excessivamente e perder o controle do esfíncter, chegando a urinar e até mesmo defecar. Este último tipo de crise convulsiva é conhecida como tônico-clônica ou grande mal, que é a mais conhecida.
Epilepsia
Quando estas crises são recorrentes, geralmente por problemas do sistema nervoso, problemas genéticos ou sequelas de um trauma, a vítima tem uma doença crônica chamada epilepsia. Neste caso, é necessário fazer uso de medicamentos controlados ou, até mesmo, cirurgias para controle destas crises. Portanto, convulsão não é uma doença e, sim, uma consequência. A doença é a recorrência das crises, chamada portanto de epilepsia.
Primeiros socorros:
Ao contrário do que muitos pensam, a epilepsia não é transmissível. Como não é possível prever uma crise ou mesmo controlá-la, as medidas de primeiros socorros no cenário pré hospitalar (ou seja, em casa, na rua, ou no trabalho), se restringem a evitar o agravamento do quadro:
Afaste objetos próximos que podem machucá-la;
Afrouxe as vestes;
Coloque as mãos embaixo da cabeça para evitar traumas;
Coloque a cabeça de lado, se possível, para facilitar o escoamento de saliva e a respiração;
Acione o SAMU ou Corpo de Bombeiros.
Colocar uma colher ou outro objeto na boca, ou mesmo o próprio dedo na intenção da facilitar a respiração da vítima, além de não ajudar, pode causar um segundo acidente, pois a vítima pode se machucar ou mesmo cortar o seu dedo por conta dos movimentos involuntários.
Não dê nada para a vítima cheirar ou beber durante e nem após a crise. Ajude-a na recuperação da consciência, já que, geralmente, ela volta extremamente confusa e até mesmo agressiva.
Por fim, é importante monitorar a respiração, pois, se ela não recobrar a consciência e não estiver respirando, ela está em parada cardiorrespiratória. Neste caso, aplique as medidas de RCP — Reanimação Cardiopulmonar.
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