Campanhas de saúde coloridas, você sabe o que são?

Texto originalmente publicado por Carlos Felipe dos Santos em 09/jun/23.
Disponível em https://medium.com/p/30804ad73a59
Tempo de leitura: 4 min.

Muito provavelmente você já se deparou com campanhas que associam o mês corrente com uma cor e um tema específico da área da saúde, como Setembro Amarelo, Outubro Rosa, Novembro Azul… mas o que isso quer dizer e quais as suas origens?

As Campanhas de Saúde Coloridas surgiram com o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos de algumas doenças e como preveni-las. Sem uma data específica para a sua origem por aqui, foi inspirada em uma iniciativa isolada que aconteceu na década de 1990 nos Estados Unidos, quando a Fundação Susan G. Komen for the Cure, que tem como foco a prevenção do câncer de mama, distribuiu laços rosas na Corrida Pela Cura, realizada em Nova York, tornando-a símbolo da causa.

O primeiro grande movimento foi inspirado na ação americana e ocorreu em 2002 na cidade de São Paulo, também falando sobre o câncer de mama. Posteriormente, em 2010, o INCA — Instituto Nacional do Câncer, aderiu à campanha. Desde então, empresas privadas e repartições públicas vêm não só participando mas desenvolvendo outras campanhas e o engajamento vem aumentando cada vez mais. A participação ocorre de diversas formas: mudança na cor dos uniformes dos colaboradores, iluminação especial em fachadas, palestras públicas, mutirões de exames para detecção precoce, entre outras.

Cristo Redentor iluminado na cor rosa em alusão à campanha Outubro Rosa, de combate ao câncer de mama. Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil. 

Calendário colorido

Apesar de não haver um calendário específico, geralmente as cores e os temas são distribuídos ao longo do ano da seguinte forma:

As cores e os temas podem mudar de acordo com iniciativas regionais ou mesmo campanhas específicas.

Junho Roxo

Geralmente o mês de junho costuma falar sobre a importância do Teste do Pezinho, um exame que faz parte da triagem neonatal que consiste em retirar uma pequena amostra de sangue do calcanhar do bebê em até cinco dias após o seu nascimento, sendo útil para diagnosticar mais de 50 doenças genéticas e metabólicas, como a fenilcetonúria, doença em há uma incapacidade do corpo de lidar com o aminoácido Fenilalanina, levando ao seu acúmulo no sangue, causando graves problemas neurológicos.


Profissional da saúde realizando teste do pezinho em um recém nascido. Imagem: Odairson Antonello. 

No vídeo abaixo é possível assistir à uma reportagem exibida em 2021 na Record News, em que a Dra. Tânia Bachega, endocrinologista, fala mais sobre o exame:

Dra. Tânia Bachega, endocrinologista, fala à Record News sobre a importância do teste do pezinho. Fonte: Record News. 

Neste mês também ocorrem campanhas de conscientização sobre os diversos tipos de violência contra a pessoa idosa, que podem se dar de forma física, emocional, financeira, psicológica, entre outras. Falar sobre este assunto é importante pois, em 2020, cerca de 14% da população — cerca de 30 milhões de pessoas — tem 60 anos ou mais e, segundo projeções, esse número mais que dobrará, passando para 30% até 2050. Logo, saber identificar sinais de violência e maus tratos é fundamental para que estas sejam coibidas e o direito ao envelhecimento digno e saudável seja garantido.

Arte criada para a campanha Junho Violeta. Imagem: Prefeitura do município de Guaçuí, ES.