Ataques de tubarões no Brasil: o que podemos fazer?

Texto originalmente publicado por Carlos Felipe dos Santos em 7/mar/23.
Disponível em https://medium.com/p/cb9ec317cd8
Tempo de leitura: 3 min.

O verão não tem sido tão bom no nordeste brasileiro e, em especial, para os pernambucanos. É que, do início do ano até a publicação deste texto, 3 pessoas foram atacadas por tubarões no litoral do estado, sendo que dois deles foram em março: um no dia 5, onde um jovem de 14 anos foi mordido e teve a perna amputada, e outro na manhã seguinte, 6, onde uma adolescente de 15 anos também precisou passar pelo mesmo procedimento após sofrer um ataque.

Somente em na praia de Piedade, local do último acidente citado, foram contabilizados 16 ocorrências do tipo desde 1992. Já no estado, dados do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões mostram que 77 pessoas foram vítimas do mamífero em sua costa. Desse total, 26 faleceram.

Vale lembrar que, desde julho de 2021, o banho de mar nesta região é proibido por conta de um decreto do municipal.

Serviço de emergência. Imagem: Imagem: Elianne Dipp/Pexels.

Por que temos tantos ataques de tubarões em praias nordestinas?

O litoral pernambucano reúne algumas características propícias para eventos do tipo, que são típicas de uma geografia acidentada: possui trecho de mar aberto, canal submarino e incidência de animal marinho. 

A praia de Piedade, localizada em Jaboatão dos Guararapes, possui  um canal de cerca de 6 metros de profundidade, ficando a poucos metros da área onde estão os banhistas, sendo procurado por estes animais para alimentação, que também se sentem atraídos pela grande quantidade de lixo descartado no local, como latinhas e restos de alimentos, conforme explica o biólogo Leandro Alberto para uma reportagem do portal G1.

Para o professor do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFRN Guilherme Longo, a alteração do ecossistema costeiro da região também a frequência dos casos. Segundo o especialista, a construção do porto de Suape, em Cabo do Santo Agostinho, com suas respectivas alterações na orla, alteraram o local de alimentação dos tubarões, o que acabou os aproximando mais da costa.

"E aí tem uma combinação de fatores: ambiente muito alterado e a água é relativamente turva, porque como está no raso há muita subtensão de areia, então o tubarão morde para depois perguntar quem era. É uma coisa bem acidental mesmo", destaca.

São Paulo também já registou ataques

Segundo o Departamento de História Natural do Museu da Flórida, de 1931 a 2021, SP registrou 15 casos do tipo e, das 380 espécies registrada no mundo, 80 foram identificadas por aqui, dos quais apenas 12 foram responsáveis pelos acidentes com humanos. Em 2020, um ataque foi registrado em Ubatuba e, em 2021, dois.

Mapa indica locais com risco de ser mordido

Um site chamado Tracking Sharks compila dados de ataques de tubarão em todo o mundo e disponibiliza, em seu portal, um mapa com locais mais perigosos e, portanto, com risco de banhistas serem mordidos.

Segundo o portal, algumas dicas podem ser seguidas para evitar e mesmo se proteger na ocorrência de contato com o animal: 

Primeiros socorros

A principal característica dos tubarões é possuir dentes afiados e uma mordida forte e, por isso, uma amputação pode ocorrer nas extremidades, provocando hemorragias graves e difíceis de serem controladas. Por isso, ao retirar a vítima da água, um torniquete de extremidades deve ser imediatamente aplicado, cessando o sangramento e evitando a piora do quadro - que pode evoluir para estado de choque e morte em pouquíssimos minutos, a depender do vaso lesionado. 

Para saber mais sobre os procedimentos em aso de Sangramento grave/hemorragia, clique aqui.



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